O encontro culminou com a produção de um documento reivindicando providencias diante do comportamento de algumas escolas que obrigam Auxiliares de Classe e outros funcionários, a assumirem sala de aula na ausência do professor.
A ASPROLF reuniu na tarde desta quinta-feira (30), no espaço do Restaurante D’Meg, profissionais Auxiliares de Classe da rede municipal de ensino de Lauro de Freitas, para debater em as pautas de interesse do segmento.
Representante dos Auxiliares de Classe no sindicato, a Diretora De Funcionários de Escola, Marilene Santana, destacou que este debate é uma grande conquista para os profissionais pela oportunidade de falar das demandas do segmento. Ainda destacou que a não existência da carreira traz prejuízos irreparáveis ao seguimento: “uma funcionária com 12 anos de experiência e inúmeros cursos de qualificação recebe no final do mês o mesmo valor que o auxiliar que acabou de entrar no serviço público”. Tal distorção ocorre pela falta de plano de carreira que garanta progressão vertical e horizontal aos trabalhadores e trabalhadoras.
A principal pauta a ser discutida seria o ingresso dos auxiliares no plano de carreira do magistério, no entanto, a questão mais debatida, com queixas de inúmeros profissionais, foi a questão das atribuições dos auxiliares de classe e da insistência de gestores escolares de exigir que estes assumam salas de aula na ausência dos professores.
Valdir Silva, Presidente do sindicato, aproveitou a plenária para esclarecer aos profissionais sobre as atribuições do auxiliar de classe e reafirmou que a função do Auxiliar de Classe é auxiliar o professor na dinâmica da sala de aula. Sem o professor em sala, não há como o auxiliar desenvolver seu trabalho pois, este, por lei, não deve assumir a regência da sala. Muitos trabalhadores denunciaram que sofrem pressão para assumir salas de aula, especialmente nos dias em que os professores são deslocados da escola para cursos oferecidos pela SEMED.
Sobre a inclusão do auxiliar de classe no plano Plano de carreira do Magistério, Valdir Silva e Rafael Henrique explicaram os obstáculos e as estratégias que devem ser percorridas para que o projeto não seja barrado na PROJUR. A alternativa é uma ampliação do estatuto do magistério para estatuto dos profissionais em educação e incluir o auxiliar no novo estatuto. Rafael lembrou que no estatuto atual há uma tabela vazia com o título “Auxiliares de Classe” o que nos leva a entender que houve alguma preocupação com este seguimento na preparação do documento e que é importante usar esse argumento para consolidarmos nosso pleito.
Por fim, a Plenária aprovou os caminhos apresentados para a inclusão do auxiliar no Plano de Carreira e em votação unânime deliberou a produção de um documento informando que nem o Auxiliar de Classe, nem qualquer outro profissional que não seja professor, poderá mais assumir sala de aula na ausência do regente.