Por Fátima Santana Santos*
O processo de construção identitária de uma menina negra e pobre, no Brasil, é uma “tarefa” muito complexa, depois da família a escola torna-se um espaço decisivo para como essas construções se solidificam e se amalgamam nos corpos dessas crianças.
Essas experiências precisam ser construídas pelos coletivos através de novas insurgências, nas quais os espaços educativos possam promover e ressignificar o seu currículo a partir da lei 10.639/03, e de novas concepções que todos os dias nascem nos bairros, favelas, comunidades, terreiros e territórios.
Ainda enfrentamos nas instituições de educação infantil do município de Lauro de Freitas problemas como espaços inadequados para as crianças pequenas, falta de profissionais, baixa qualidade na alimentação escolar, e tantas outras precarizações, portanto, ao invés de nos debruçarmos em ampliarmos as propostas curriculares, caminhamos lutando por direitos elementares.
As meninas pequenas, negras e pobres que adentram nossas escolas nos inspiram a seguirmos resistindo. Elas, em meio as dificuldades, tornam-se curriculantes pois sentem e pensam o mundo de forma muito peculiar, são elas que convocam e nos provocam a lutarmos por uma pedagogia engajada.
É preciso que as nossas meninas vivenciem suas experiências positivas e de representatividade no âmbito escolar na perspectiva da emancipação onde novas provocações sejam construídas sobre o currículo escolar em instituições de Educação Infantil.
Desta forma, desejamos que a experiência com a felicidade traduzidas em história de muitas meninas pequenas, pobres e negras promovam de forma potente novas reflexões sobre o ensino das relações étnico-raciais no Brasil, e que essas experiências com os seus coletivos e com os seus mundos, possam empoderá-las a escrever, criar, dançar, brincar, construir novas e tantas outras histórias.
*Mestranda no Programa de Pós-graduação em Ensino em Relações Étnico-Raciais – UFSB, possui graduação em Pedagogia – Faculdades Integradas Olga Mettig (2008), Psicopedagogia pela Psicoped, atualmente é Coordenadora Pedagógica do Centro Municipal de Educação Infantil Dr. Djalma Ramos, foi ganhadora do Prêmio Arte na Escola Cidadã no ano de 2015 no segmento educação infantil, com o projeto Dr. Djalma Ramos e seu amor por Riachão, é Especialista em educação Integral para Gestores e Coordenadores da Rede Pública de Ensino da Região Metropolitana de Salvador, e discente do Curso de Especialização Pobreza, Desigualdade e Educação – UFBA.
*Mestranda no Programa de Pós-graduação em Ensino em Relações Étnico-Raciais – UFSB, possui graduação em Pedagogia – Faculdades Integradas Olga Mettig (2008), Psicopedagogia pela Psicoped, atualmente é Coordenadora Pedagógica do Centro Municipal de Educação Infantil Dr. Djalma Ramos, foi ganhadora do Prêmio Arte na Escola Cidadã no ano de 2015 no segmento educação infantil, com o projeto Dr. Djalma Ramos e seu amor por Riachão, é Especialista em educação Integral para Gestores e Coordenadores da Rede Pública de Ensino da Região Metropolitana de Salvador, e discente do Curso de Especialização Pobreza, Desigualdade e Educação – UFBA.