A máquina de perseguição do bolsonarismo no Brasil reverbera para além do séquito extremista que, depois de o país atingir a marca de quase 300 mil mortes pela pandemia do COVID-19, ainda mantém um apoio cego à “gestão genocida” do atual governo brasileiro. Não bastasse a postura persecutória assumida pelo governo de Bolsonaro contra todos que ousam questioná-lo, a escalada do autoritarismo no Brasil ganha contornos dramáticos com a adesão das grandes corporações mundiais.
Somente nessa última semana vimos no país ações concatenadas do governo em intimidar e perseguir lideranças sindicais e comunicadores sociais. Os casos da professora Erika Suruagy e do youtuber Felipe Neto, que tiveram, respectivamente, inquérito criminal aberto e Polícia Federal à porta de casa, deveriam ser suficientes para indignar a todos. Ambos os casos representam uma verdadeira afronta à liberdade de expressão consagrada em nossa Constituição.
No dia de hoje foi a vez de o educador Daniel Cara, ex-coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, iniciativa criada ainda no ano de 1999 que contou com a participação ativa desta CNTE, ter sua conta naquela rede social suspensa. Isso aconteceu logo depois de Cara ter publicado no Twitter que “a gestão genocida da pandemia se tornou instrumento político”, denunciando fortemente o descalabro desse governo.
Trata-se de um verdadeiro acinte ao povo e à democracia brasileira o endosso que uma grande empresa mundial passa a dar ao governo genocida de Bolsonaro, calando as vozes dissonantes que, dia após dia, crescem no país. Todos querem saber a quem serve essa suspensão da conta de Daniel Cara. A quem a empresa Twitter está servindo?
Os/as educadores/as de todo o país se solidarizam com o professor Daniel Cara, parceiro de inúmeras lutas encampadas pelo setor educacional do país! Repudiamos a ação da empresa e cobramos explicações! Exigimos a retomada imediata de sua conta! Os ataques às liberdades não prosperarão sem a luta incessante de todo o setor educacional brasileiro!
Direção Executiva da CNTE
16 de março de 2021