Executivo quebra acordos e categoria aprova paralisação e estado de greve

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A Asprolf realizou na tarde desta quarta-feira (01/06), uma assembleia geral extraordinária de forma remota, para avaliação do cumprimento ou não pelo Executivo, das demandas deliberadas na assembleia anterior, ocorrida em 20 de abril.

Dentro dos informes, Marcos Fellipe, diretor de comunicação e imprensa do sindicato, fez um destaque ao artigo publicado na revista Nova Escola sobre o trabalhado desenvolvido pelo CMEI Dr. Djalma Ramos de uma educação antirracista, modelo de educação praticado na escola e que serve de referência para incentivar outras escolas Brasil. Ele disse que espera que o Executivo trate os professores da Rede Municipal de Lauro de Freitas no nível em que eles exercem suas funções. “A gente espera que esse trabalho e dedicação sejam traduzidos em direitos e não em descasos”.

Após os informes, o presidente a Asprolf, Valdir Silva, reiterou as homenagens do sindicato ao Djalma Ramos, também pela campanha contra o assédio de vereadores aos profissionais da unidade, que recebeu apoio da Asprolf. Valdir falou da deliberação da última assembleia que aprovou a cobrança do imposto sindical, mas a SECAD só depositou o valor de pouco mais de 180 trabalhadores e não da sua totalidade, o que desfaz por completo o projeto da Asprolf que era, com esse verba, comprar cestas básicas para os companheiros que estão passando sérias dificuldades por conta da pandemia, ajudar escolas que tenham algum projeto que não entra no orçamento da prefeitura, além da aquisição de recursos tecnológicos que seriam sorteados para os trabalhadores da educação. “A gente não sabe nem que valor virá, mas divulgaremos em assembleia.”

Um ponto de debate foi a questão da reserva de carga horária, que o pedagógico estava tentando impor a mudança para 14h aulas, porém em discussão com a SEMED, foi garantida a manutenção 12 horas/aulas semanais de interação com o educando, que é o que está está na lei.

Durante as falas na plenária virtual, a classe trabalhadora criticou a quebra de acordos  do Executivo com a educação. Entre eles, o pagamento do auxílio alimentação que deveria constar nessa folha de agora; a avaliação de desempenho (de 2018), que a SEMED disse que fará um esforço pra publicar o resultado no Diário oficial de 02 de junho; a correção salarial dos coordenadores, que o RH disse que essa correção é feita na incorporação dos 60% e não no salário base. Esse último ponto, Valdir propôs a criação de uma comissão dos coordenadores para discutir com o governo, e se continuarem as divergências a Asprolf deverá entrar com ação judicial. As pendências com os processos em geral, a partir da próxima segunda-feira (07), a comissão de processos vai atuar com a PGM para acelerar o levantamento de todos eles e construir um cronograma de pagamento para apresentar ao Executivo. “Nosso objetivo, como foi frisado na reunião com a SEMED e SECAD, é zerar os processos”, acrescentou Valdir.

A categoria fez intensas reclamações da precariedade do ensino remoto que não recebe a devida atenção da Prefeitura, já que tanto os professores quantos os alunos, sofrem com a deficiência de aparatos tecnológicos. “A SEMED está brincando de fazer educação, mas nós levamos isso a sério!” reclamou uma docente.

Eles apontaram o atraso nas “reformas das escolas prometidas pela SEMED no início deste ano e até o momento não se vê uma lista de escolas já reformadas ou nesse processo”. Um professor protestando sobre as dificuldades que a classe está tendo com as aulas remotas disse que os docentes estão tendo crise de ansiedade por não poderem desempenhar seu papel na qualidade que estão acostumados. “Não adianta a SEMED pousar nas redes sociais que está tudo perfeito porque não está. Cadê os tablets prometidos para os alunos estudarem, cadê a tecnologia que a gente precisa pra dar aula?” questionou.

Rafael Henrique, falando como presidente do CME disse que o Conselho vai fazer um documento indicando ao Poder Executivo que resolva o mais rápido a questão da falta de tecnologia pro ensino-aprendizado.

Fechando as propostas, Valdir fez uma linha de tempo das negociações apontando que uma vez que não temos campanha salarial com atualização do piso e reajuste, que seja cumprida as pautas pendentes, como 1. o bônus do precatório do Fundef – que Moema prometeu esse pagamento e tem até 06 de julho para dar resposta definitiva à classe trabalhadora; 2. avanços de carreira e o desrespeito sistemático aos prazos estabelecidos em lei, que causam prejuízos graves aos trabalhadores, 3. os problemas nas condições de trabalho, especialmente a falta de materiais tecnológicos para as aulas remotas que tem causado um imenso desgaste financeiro e, sobretudo emocional, para a categoria; e 4. a falta de reformas na infraestrutura das escolas. A gente quer saber por que o Executivo com a verba de R$118 milhões dentro do plano de aplicação que criou ainda não investiu de fato na reformas das escolas. Esses pontos são eixos centrais das reivindicações da educação.

Ficou deliberado a paralisação de um dia nas atividades remotas na próxima quarta-feira (09), com ato e o estado de greve deflagrado a partir de hoje (02), até o dia 06 de julho, quando haverá nova assembleia remota para avaliar o avanço das pautas pendentes. Se nessa data da nova assembleia nada foi resolvido será deflagrada greve na educação municipal de Lauro de Freitas.