Renúncia do pior ministro da educação da história do Brasil exige a apuração de todos os seus desmandos enquanto exercia o cargo e a apreensão de seu passaporte se faz urgente
O dia de ontem marcou a renúncia de Abrahan Weintraub, economista que ocupou o cargo de ministro da educação do Brasil por pouco mais de um ano, mas que representou tempo suficiente para envergonhar a todos/as os/as brasileiros/as. Umas das figuras mais execráveis a ocupar o cargo de ministro da educação no país, Weintraub foi um ministro que plantou ódio e perseguição enquanto exerceu seu cargo, atributos diametralmente opostos a tudo o que se espera de um gestor responsável por área tão sensível e importante para qualquer país, mas especialmente no Brasil, fundamental para nosso futuro.
Absolutamente deseducado com quaisquer boas regras de convivência política, Weintraub insultava os/as educadores/as, perseguia professores/as, ofendia universidades, não cansava de agredir os/as estudantes brasileiros/as e chegou ao cúmulo de ofender o patrono da educação brasileira, Paulo Freire. Dono de uma mentalidade persecutória e conspiratória, ele só poderia ter sido ministro da educação de um governo como o de Jair Bolsonaro. E mesmo entre todos os seus auxiliares, ele conseguiu ser, facilmente, um dos piores avaliados.
Em todo o seu período no Ministério da Educação, nada apresentou ou fez de positivo para a educação brasileira. Ao contrário, sua gestão – ou falta dela – foi marcada por polêmicas das mais toscas, por ele mesmo promovidas. Patrocinou uma política de verdadeira caça às bruxas quando quis impor uma abjeta censura ideológica nas provas do ENEM e promoveu despudoradamente o corte de milhares de bolsas estudantis da CAPES. Foi um fomentador da política de mercantilização e privatização da educação, em que o projeto Future-se, para o ensino superior brasileiro, foi o maior exemplo. Definitivamente, foi um ministro a serviço dos interesses privatistas da educação brasileira. Um capataz do mercado educacional!
A sua renúncia ocorre logo depois de, de forma vexatória, ofender os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e as populações quilombolas e indígenas de nosso país em reunião ministerial. Mas nada conseguiu ser mais vergonhoso do que seu próprio ato de renúncia, quando à frente do presidente Bolsonaro, visivelmente incomodado diante de sua fala, pediu de forma sabuja um abraço ao presidente que, de forma constrangida, o ofereceu de má vontade. Uma cena patética divulgada publicamente!
Agora, diante de sua fala recorrente de se refugiar nos Estados Unidos, o Senado Federal lhe impõe mais uma derrota daquelas de provocar em todos/as vergonha alheia: os senadores da República solicitaram a apreensão de seu passaporte, diante de sua anunciada e iminente saída do país.
Os/as educadores/as brasileiros/as apoiam a proibição de saída do país do ex-ministro e a apreensão de seu passaporte! É aqui no Brasil que ele deve responder por todos os atos condenáveis que ele praticou enquanto gestor da educação. Conclamamos aos países que devem ratificar a sua ida para o Banco Mundial, cargo prometido por Bolsonaro em sua saída do ministério, a não fazê-lo! O mundo não precisa mais de uma figura tão deplorável como foi Abrahan Weintraub enquanto ministro!
Brasília, 19 de junho de 2020
Direção Executiva da CNTE