Ontem, por volta das 23h, foi publicado no Diário oficial do Município a suspensão da Consulta para dirigentes escolares marcada para hoje, pela manhã, em sete escolas da Rede Pública Municipal de Ensino. Isso, após estas mesmas escolas passarem por uma série de requisitos exigidos pelo edital que regulamenta a Consulta Pública, após passarem pelo crivo do Comissão Consultiva Central e após mobilizarem estudantes, professores, pais de alunos e funcionários para escolherem um projeto de gestão. A pressa em construir tal documento indica outras muitas pressas e a urgência na publicação indica o que a SEMED elege como urgência.
O jogo para cancelar a Consulta nas 7 escolas teve início na Comissão Consultiva Central, quando, uma parte da comissão, sobretudo os vereadores, levou em consideração denúncias sem tempo hábil de provar se eram verdadeiras. Segundo informações, até mesmo um bilhete, sem nenhuma assinatura, “deixado” na SEMED, serviu como embasamento para suspensão da Consulta.
A pergunta que fazemos é: Qual o motivo de tamanha mobilização para impedir que a Comunidade Escolar, dessas 7 localidades, escolha o projeto de gestão com o qual se identificou e indique seus gestores? Quais os interesses dos vereadores que disputam a suspensão da Consulta Pública? É papel de vereador indicar os gestores das escolas? Um texto do educador Mario Sergio Cortella tem tido grande repercussão ultimamente na Rede. Texto no qual ele afirma que, na Grécia antiga, aqueles que não participavam das decisões da cidade eram chamados de “idi-otas” e todos aqueles que participavam ativamente das decisões da coisa pública eram chamados de “politikos”. Talvez, o recado seja esse!
O fato é que a participação da Comunidade Escolar na vida e nas decisões das escolas é o mínimo necessário para ampliarmos a qualidade da educação no Município. Esse dado tem grande comprovação teórica e prática, inclusive em escolas de Lauro de Freitas. Quando forças políticas, sobretudo vereadores, se mobilizam para impedir que isso ocorra, o recado que dão é que pouco se importam com a educação e com a vida da escola, o que importa é manter a máquina eleitoreira funcionando. Exigimos que a Comissão Consultiva Central investigue os fatos que levaram à suspensão da Consulta e que indiquem o mais rápido possível uma nova data, respeitando o direito, previsto na meta 19 do PNE, e do PME, da Comunidade Escolar em participar da indicação.