Categoria aprova mobilização no Calf por conta dos descasos contra a educação

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Perplexa, a plenária ouviu uma denúncia de companheiros contratados que estão passando fome. Profissionais que tiveram com os salários suspensos, e nesse retorno, além dos salários atrasados, não receberam o auxílio transporte e nem a vale alimentação.

Asprolf realizou na manhã de hoje (9), uma assembleia geral extraordinária, para debater as condições das escolas municipais (problemas estruturais e falta de pessoal), motivos do atraso do início do ano letivo deste ano de 2023.

Valdir iniciou a plenária, falando da deliberação anterior da categoria – das visitas às escolas junto com os Conselhos, SEMED e Comissão de Educação da Câmara para fazer um levantamento da situação. O sentimento após as visitas é que este está sendo o pior início de ano para a educação pública de Lauro de Freitas. “O direito à educação da criança está sendo lesado,” completou.

Ainda no momento de informes, o presidente do CAE – Conselho de Alimentação escolar, Márcio de Castro, disse que o cardápio da merenda escolar elaborada pela empresa contratada pela Prefeitura que é enviado às escolas, é alterado aleatoriamente, o que vem comprometendo a qualidade da alimentação de centenas de crianças; e informou ainda, que embora o CAE atue firmemente nessa fiscalização, é importante que a comunidade escolar denuncie ao Conselho os casos de descumprimentos: “cobramos que a alimentação seja de qualidade porque tem recurso pra isso.”

Marcos Fellipe, diretor de comunicação do sindicato, destacou que o atraso no início do ano letivo e sua interrupção antes do planejado tem sido constante e que essas práticas deixaram de ser acidentais e transformaram-se no plano do Poder Executivo.  Além do atraso para iniciar o ano, a demora da contratação do pessoal (auxiliares de classe, cuidadores, professores, e pessoal de apoio) inviabiliza ou precariza o inicio do ano na maioria das escolas. O déficit de alguns desses profissionais só é amenizado lá pra junho/julho. “Isso é o planejamento do caos. Nossa luta é garantir que essa prefeitura tenha o mínimo de respeito pela educação e pelo direito à educação que está sendo negado aos estudantes,” completou.

Embora aa principais pauta da assembleia tenham sido os problemas de infraestrutura e o déficit de profissionais na Rede, a plenária ouviu perplexa, o relato de uma professora REDA que, bastante emocionada, contou que está passando fome – “na minha casa só tem meio quilo de feijão e floco de milho pra fazer cuscuz e eu ainda tenho que ir dar aula sem receber o transporte e nem alimentação”. 

E ela não é a única nessa situação de insegurança alimentar. O profissional em Regime Reda vem desde dezembro do ano passado, sendo massacrado pela prefeitura, ficando três meses com os salários suspensos, e nesse retorno, com atraso nos valores do auxílio transporte e alimentação. O contraditório dessa situação é que o comum é ver pessoas desempregadas passando fome e não o contrário. Os professores Redas estão com CONTRATO ATIVO com a prefeitura, e estão vivendo sem a mínima dignidade de alguém que tem emprego. 

A plenária aprovou as seguintes deliberações:

  1. A plenária aprovou as seguintes deliberações:
    1. Uma ação conjunta entre os Conselhos de Educação, Conselho Geral da Asprolf, Comissão de Educação da Câmara Municipal, Fórum de Gestores e Coordenadores para elaboração de um cronograma de reunião com comunidade escolar para discutir o que está acontecendo na educação de Lauro de Freitas;
    2. Operação tartaruga na Rede Municipal de Ensino (matutino até às 10h, vespertino, até às 15h, noturno, até às 20h), enquanto durar a falta de estrutura e de profissionais nas escolas, as escola em tempo integral param após o almoço;
    3. Elaboração de um jornal para ser entregue nas escolas, utilizando como ano de referência 2019/2023 de acordo com plano de aplicação do Fundef , apontando as ações previstas no plano 2019 e as condições em 2023;
    4. Paralisação nas escolas durante todo o dia de amanhã (10);
    5. Mobilização em frente ao Calf na segunda-feira (13), às 9h30 – para demonstrar a insatisfação dos trabalhadores contra a falta de profissionais nas escolas públicas (cuidadores, auxiliares de classe, serviços gerais, professores etc) e ao descaso do Poder Executivo com os profissionais em Regime REDA.