Natal: a vida e as estruturas da morte

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Hoje teremos um natal diferente. Muitos não estarão perto de seus familiares como costumavam. Quase 200 mil famílias lembrarão dos que perderam a batalha contra a Covid e outras 14 milhões de famílias passarão pelo natal convivendo com o drama do desemprego. No primeiro natal, o filho de Deus nasceu sem-teto e em meio ao caos gerado pelo governante da época. Herodes via nas crianças pequenas um perigo e resolveu matá-las. Hoje, a morte de crianças pequenas é decretada de formas diferentes, mas pelos mesmos maus governantes e pelos poderosos.

A morte dos sonhos e das perspectivas é decretada quando tiram das crianças mais frágeis a possibilidade de acesso à educação de qualidade, quando a merenda, sem licitação, é superfaturada, quando os cursos de formação de professores não formam, mas custam milhões ou quando a compra de livros, também sem licitação, não esconde os desvios que insistem em retirar dinheiro público daqueles que mais precisam. Se nascerem negros, no Brasil, terão 147% a mais de chances de morrerem assassinados. O filho de Deus fugiu para África e conseguiu adiar seu assassinato para 33 anos depois.

O Natal é isso! É a comemoração da vida em meio às estruturas de morte. É o nascimento da esperança para os nascidos em berço de palha e terror para alguns nascidos em berço de ouro que pretendem através da morte ampliar seus poderes.  Estes lembram a cada natal que seus impérios estarão sempre ameaçados pela mensagem da solidariedade, da partilha, da graça e do amor ao outro semeada pelo Filho de Deus.

A ASPROLF deseja a todas e todos um Natal de muita paz, muita saúde, graça, refrigério e esperança. Que as nossas forças se renovem para as novas lutas que já se colocam. Vamos com esperança e com fé e com vacina! Feliz Natal!