Repúdio – Ministro Paulo Guedes destila seus mais vis preconceitos e se justifica, de forma desastrosa, se apropriando da imagem e figura de professor

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A começar pelo próprio Presidente da República, a equipe de governo de Jair Bolsonaro é pródiga em falar besteiras sobre todo e qualquer tipo de assunto, em um exercício infinito de naturalizar absurdos e inverter a lógica mais básica de qualquer coisa. Os casos de ministros e secretários que vivem na imprensa ou nas redes sociais destilando absurdos e propalando impropérios parecem, cada vez mais, ser de caso pensado. De forma deliberada, os membros do atual governo brasileiro se esmeram em criar factoides para distrair a opinião pública.

Para além do tom jocoso e, não raro, ofensivo e preconceituoso, esse tipo de discurso ainda encontra eco em vários e expressivos setores da sociedade brasileira. Já se falou inúmeras vezes que os preconceitos de toda ordem, difundidos sem pudores pelo atual governo, tem muita aderência social em vastas camadas daquilo que os sociólogos qualificam como “o homem médio brasileiro”. Acontece que esse diagnóstico não pode e nem deve se prestar a legitimar discursos de ódio e preconceito contra qualquer grupo social.

Foi o que aconteceu na última semana com a declaração de Paulo Guedes, ministro da Economia de Bolsonaro, ao afirmar que o atual patamar do câmbio brasileiro em relação ao dólar estava adequado e o errado era o nível do preço da moeda estadunidense antigamente, quando “até as domésticas iam para a Disneylândia”. Ao se justificar dessa declaração reveladora de seu preconceito de classe mais vil, o ministro disse que sua fala se deve ao seu passado de professor, que o obriga sempre a dar exemplos para ilustrar o que fala.

Pois aqui decidimos não desenhar e tampouco usar exemplos para o ministro entender o que se segue: Senhor Ministro, tire as empregadas domésticas e os/as professores/as de suas declarações! Você não honra e nem inspira respeito de nenhum/a brasileiro/a desses dois segmentos sociais. Ao contrário, a sua incompetência em gestar um programa de desenvolvimento para o país, mesmo estando todos nós cientes dos serviços por vossa excelência prestados aos banqueiros e rentistas deste país, sequer nos favorecem em alguma coisa. Suas políticas não nos interessam e, mais uma vez, exigimos respeito! Dê-se minimamente a dignidade no trato com quem te educou nas escolas de sua vida e com quem te serve diariamente em sua casa! Repudiamos veementemente mais essa declaração que fala mais sobre sua pessoa do que daquilo que vossa senhoria queria ilustrar!

Se sua intenção era a de exemplificar o seu raciocínio, saiba que ficou claro, a toda sociedade brasileira, senhor Paulo Guedes, a quem vossa senhoria serve e que tipo de valores o forjam. Seus preconceitos vão entrar para a lata de lixo da História, bem como suas ações pífias como ministro de Estado!

Brasília, 17 de fevereiro de 2020

Direção Executiva da CNTE