Sinal de alerta: Trabalhadores da educação entram em estado de greve após prefeitura desrespeitar mesa de negociação

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A prefeita garantiu o cumprimento da Lei do Piso na íntegra em Carta Compromisso assinada por ela durante o pleito eleitoral do ano passado. Para a categoria, esse índice de 3% revela uma concordância de Moema, com as ideias nefastas do governo Temer
 
Os trabalhadores municipais da educação de Lauro de Freitas decidiram no final da manhã desta terça-feira (25), entrar em Estado de Greve, após decepcionante reunião de negociação com a prefeitura, que não trouxe avanços para os principais pontos da Pauta Reivindicatória da categoria, desde a primeira rodada de negociação, no dia 11/04, e ainda quebrou um acordo assinado em Carta Compromisso.
Desconsiderando a importância desta que seria a última rodada de negociação, nem a prefeita Moema Gramacho, nem o secretário de educação, fizeram questão de estar presentes. De acordo com os representantes da gestão, ambos deram prioridade a outra agenda, mesmo sabendo que essa era crucial, necessária e urgente. Dessa forma, do lado do governo estavam presentes o Chefe de Gabinete, Leto Lopes e o Secretário Municipal da Fazenda, Aristóteles Junior, e do lado da classe trabalhadora a comissão paritária de discussão da pauta (professores Edson Paiva, Rafael Henrique e Simone Couto) e a coordenação executiva do ASPROLF Sindicato (Valdir Silva, Andréia Barbosa, Carlos José e Jorge Garrido).
Na mesa, o secretário da Fazenda enfim revelou a proposta da gestão para o reajuste da classe trabalhadora, de 3%, causando espanto. E faz mais: o secretário Aristóteles revelou que se dependesse da sua vontade o índice de reajuste para o trabalhador da educação seria zero!
Imediatamente o Coordenador Geral do ASPROLF, Valdir Silva, destacou que a prefeitura não pode esquecer a Lei do Piso, e complementou dizendo que defender um valor abaixo do Piso Nacional apontado pelo MEC (7,64%), é um desrespeito à Lei 11.738/2008 e sobretudo a uma classe de trabalhadores que lutam pela manutenção de direitos arduamente conquistados.
A comissão paritário apontou que após 5 rodadas de negociação sem qualquer avanço, só agora a prefeitura resolveu negociar, e mal. Isso porque a conduta da prefeita em oferecer este índice de reajuste, fez a categoria questionar se não estaria a petista tentando implantar as ideias do governo golpista de Michel Temer. “Que Cidade Educadora é essa que não quer cumprir a Lei do Piso?” Perguntaram aos representantes da prefeita, que além de não saberem o que responder, afirmaram apenas que “eles não tem experiência em negociação trabalhista.”
Valdir lembrou que na Carta Compromisso assinada pela prefeita Moema, está a garantia do cumprimento da Lei do Piso na íntegra e agora em mesa ela oferece 3% à classe trabalhadora, o que para a categoria, revela uma concordância com o governo Temer que quer acabar com a Lei do Piso. Ele aproveitou ainda para informar que a proposta do Executivo ia ser apreciada pela assembleia que é quem delibera o que será feito daqui pra frente.

Assembleia Geral Extraordinária

Na mesma manhã reunidos em assembleia geral extraordinária, em frente à Prefeitura, os trabalhadores da educação receberam como um grande desrespeito à categoria o índice apontado pela prefeita Moema, sobretudo pela garantia dada por ela no cumprimento à Carta Compromisso. A classe trabalhadora então, decidiu por entrar em Estado de Greve, até a o governo avance nas negociações da pauta e apresente um número satisfatório para a atualização salarial. Logo após a assembleia, eles ocuparam a sessão da Câmara de Vereadores que acontecia naquele momento, e Valdir mais uma vez quebrou o protocolo da Casa, para falar da decisão desrespeita do Executivo com os trabalhadores e a deliberação do estado de Greve. “Não queremos gritar para Moema o que estamos gritando para Temer. Acredito que ela não vai querer isso,” informou, fechando os trabalhos do legislativo.
Uma nova reunião está marcada para a próxima terça-feira (02/05), às 17h, no Centro de Cultura de Portão. Também de acordo com deliberação da assembleia, será tratado apenas assuntos da proposta central. São eles:
1.   Processos administrativos;
2.  Reformulação urgente do Plano de Carreira;
3. Eleições Diretas Já!;
4. Reajuste salarial de 14,07%, tendo como início de discussão o índice do MEC, 
   que é de 7,64%.
Daisy Macedo