A Tarde, Sex, 15/05/2015 às 08:04
Adriane Primo
Tags: Educação Lauro de Freitas Professores Bahia
Vaner Casaes |
Colégio Santa Rita é um dos que ficarão sem aulas, por tempo indeterminado, caso não haja acordo
Representantes de professores da rede pública de ensino de Lauro de Freitas e da prefeitura do município têm uma reunião marcada para as 9h desta sexta-feira, 15, após os profissionais terem decidido entrar em greve na próxima segunda-feira.
O encontro no Terminal Turístico de Portão acontece três dias depois da assembleia que decretou greve por tempo indeterminado nas escolas de Lauro de Freitas.
De acordo com Valdir Silva, coordenador-geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Lauro de Freitas (Asprolf), a decisão da categoria foi “uma resposta” a um decreto publicado, no último dia 6, no Diário Oficial do Município, suspendendo a convocação de docentes temporários e concursados para a rede.
Em nota, o departamento de comunicação da prefeitura informou que o secretário da Educação, Marcelo Abreu, está “debruçado sobre a causa dos trabalhadores da educação, desde quando assumiu a pasta, há pouco mais de um mês, e foi tomado por surpresa pela deflagração de greve da categoria”.
Para o secretário, “é incompreensível essa decisão de greve, não havendo razão para intransigência, quando estamos abertos, buscando solução e atendendo até onde o município pode honrar”.
Crise
Valdir Silva disse que a crise no sistema de educação do município começou este ano, quando concursados do Regime Especial de Direito Administrativo (Reda) não foram contratados. E o agravamento se deu após a publicação oficial da medida.
“Começamos o ano letivo capengas. Tivemos cinco rodadas de negociação com o governo e chegamos até a um acordo prévio. Mas, após esta publicação, achamos que é um verdadeiro desrespeito com a categoria. Não dá mais para sermos passivos”, diz.
Ele alegou, ainda, que o grande problema é a falta de professores e auxiliares de classe para atender à demanda de 30 mil alunos distribuídos nas 98 instituições de ensino. “Contamos apenas com a atuação de 1.300 profissionais e, para suprir a demanda, precisamos de mais 654”, afirma.
Segundo Silva, as escolas têm feito dinâmicas diferentes para atender ao alunado. “Há escolas que estão liberando mais cedo e outras onde não há aula no quinto dia útil. No final, quem perde são os alunos”, destaca.
Um dos problemas apontados é a possível suspensão da reserva de carga horária. Conforme Valdir, a categoria havia conseguido que a carga de 20 horas semanais fosse dividida em 12 de trabalho e 8 de planejamento. “A prefeitura quer passar por cima de uma lei federal. Não podemos permitir, diz ele.